terça-feira, 13 de abril de 2010

A realidade é bem diferente


No último final de semana acompanhado do deputado federal Marcelo Serafim e dos vereadores de Manaus Marcelo Ramos e Elias Emanuel, fiz mais uma viagem pelas calhas dos Rios Purus e Madeira. Estivemos em Tapauá, Canutama, Lábrea, Pauini, Boca do Acre, Humaitá, Santo Antonio do Matupi, Apuí, Sucundurí, Manicoré, Novo Aripuanã e Borba.
A realidade é completamente diferente do que diz a propaganda institucional do Governo do Estado. As sedes dos municípios, como regra, estão destruídas. Isso é uma constatação fácil de ser feita por quem se dispuser a ir até o local. Repito o que já disse anteriormente: é a completa ausência do estado.
Por outro lado, é grande o número de obras iniciadas e paralisadas. Por exemplo: em Tapauá, existe um hospital em construção há catorze anos. Isso mesmo : 14 anos. Outros hospitais com obras que se arrastam anos e anos existem também em Pauini e em Borba.
A malha viária das cidades está totalmente destruída. Sobram placas de propaganda, falta trabalho.
Quem quer venha ser o novo governador eleito nas próximas eleições terá como primeira providencia ao assumir fazer um levantamento completo de todas essas obras e, em seguida, buscar concluí-las e colocá-las a serviço da população.
Hoje não existe nenhum compromisso, ao menos, de manter obras importantes que foram feitas no passado em infra-estrutura como é o caso da estrada que liga Apuí à Novo Aripuanã, fundamental para escoar a produção, e que se encontra intrafegável.
Quando o estado, no sentido amplo, chega é para coagir o homem pobre do interior. Em Lábrea, o Instituto Chico Mendes chegou lá levando o terror. Funcionários armados invadiram pequenas marcenarias, prenderam madeira e até mesmo pescado para o sustento das famílias, num equívoco enorme que provocou, como não poderia deixar de ser, a indignação da população.
Registre-se que o que está sendo devastado de forma descontrolada é o sul de Lábrea, onde o poder público não vai, talvez porque lá estejam os “grandes”. Foram na sede do município onde não há devastação. A questão é que até mesmo a Igreja da cidade está em área considerada como reserva ambiental. Ai…
O nosso povo está lá há séculos e manteve a floresta preservada. Sempre soube conviver com ela. Temos autoridade para defender que a nossa gente tire da floresta o mínimo para o seu sustento.
Agora, depois de assistir os depoimentos mais emocionados e ver a situação do interior, é um choque chegar em Manaus e ficar sabendo que o Al Gore, ex-vice-presidente dos Estados Unidos, ganhou 300 mil reais para vir aqui dar aulas sobre desenvolvimento sustentável.
Que que é isso?
Logo ele, que representa uma sociedade que destruiu as suas florestas, dizimou as populações nativas, é o maior poluidor do planeta, recusou-se a assinar o protocolo de Kioto e boicotou a COP-15?
Não dá. Aí é brincar com coisa séria.
Voltando ao caso de Lábrea lembrei-me dos versos de Lampião que diziam:
“Deus perdoe os intendentes,
os grandes, os ricos e os mandões,
que de nós se lembram,
em duas ocasiões,
ou para pagar os impostos,
ou para votar nas eleições.”
Fonte: blog do sarafa

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